sexta-feira, 13 de maio de 2011

Professores: Humanos ou Androides? - Parte 3




Professores: Humanos ou Androides?

Professores: Humanos ou Androides - Parte 2


Cena 3 – Máquina assusta as pessoas que ouviam a pregação de Jesus e atira nos soldados que vinham para prendê-lo. Jesus tenta explicar-lhe porque não deveria fazer essas coisas.

As multidões seguiam Jesus, o cercavam, corriam atrás dele.  De certa maneira era um pop star. Professores humanos aproximam as pessoas, as atraem. Professores máquina, as assustam, isolam e geram aversão. Cristo tinha tato, sensibilidade, carisma para arrebatar as pessoas, mas o que fazia com que quisessem estar com ele realmente era que percebiam que se interessava verdadeiramente por elas. Diferente das lideranças da época que apenas lhes diziam o que fazer ou não, Jesus se relacionava com o povo. Assim, podemos como educadores fazer “o nosso trabalho” de modo impessoal e distante ou estreitarmos os laços. 

No vídeo, o Androide sai atirando nos soldados romanos. Isso me leva a pensar sobre como educadores, não raro, sermos alvejados por tiros de todos os lados. Pelo Estado que é rápido ao cobrar, mas não propicia uma estrutura favorável. Pelos gestores e pedagogos quando não nos ajustamos à imposição de seus padrões, e passamos a sermos perseguidos. Pelo pitaco de pais omissos que não cumprem com suas responsabilidades, mas são ligeiros para colocar o dedo na sua cara. Pela pena e língua ferina de pseudo especialistas... Por isso, retórica, demagogia ou não, gostei quando a Presidenta Dilma disse em seu discurso de posse que os professores são a autoridade máxima da educação. Porém, também não podemos nos esquecer de que nossas palavras, atitudes, gestos ou mesmo um olhar são armas poderosas que tanto podem salvar ou matar o gosto de aprender. A consciência disso nos porá em vigilância e espera-se que nos leve a estender a mão e como Cristo, salvar a Pedro que estava a ser submergido pelas ondas do mar. Precisamos também dizer: “Venha comigo se queres viver”. O que estamos oferecendo? Nossa mão estendida ou o pé para chutá-los para fora da escola? 

Após o androide atirar nos soldados Jesus o questiona: “O que tu fizestes?” Às vezes não nos damos conta de que estamos afastando nossos alunos de nós, consequentemente da escola. Pensamos estar fazendo um bem, nossa consciência está tranquila, pois racionalizamos. No entanto, o que se passa na mente do aluno? Como me veem? Como interpretam meu fazer pedagógico? Saber essas coisas é relevante, pois a educação é essencialmente um ato de comunicação onde há sempre uma mensagem a ser pregada e ouvida, um emissor e um receptor. Desvendar como essa mensagem tem sido interpretada é fundamental para que se desfaçam equívocos. No vídeo, Jesus por mais que explicasse, não conseguia fazer o androide entender os seus planos, este, agia sem nenhuma noção. Ser um professor humano, portanto, é não pautar minhas ações em uma “prática programada” que atenda minhas conveniências e achismos, mas faça com que meus alunos venham a mim, e não corram de mim. Nossas ações devem legitimar nosso discurso, do contrário, estaremos sendo um “tecido vivo sobre um endo-esqueleto de metal”, ou seja, na superfície demonstrando humanidade, mas na essência um robô. 

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