domingo, 15 de maio de 2011

Professor: Humano ou Androide? – Parte Final



Professores: Humanos ou Androides?

Professores: Humanos ou Androides? - Parte 2

Professores: Humanos ou Androides? - Parte 3

Professores: Humanos ou Androides? - Parte 4



Cena final – Jesus está morto. O exterminador aparece abraçado à Maria. Ela está chorando. Ele diz que Cristo voltará. Ela chora ainda mais.

Essa cena talvez sintetize tudo que já dissemos nas postagens anteriores. Fala de sensibilidade, uma das características mais marcantes de nossa humanidade. Jesus havia acabado de ser crucificado, a mãe de Jesus chorava, mas a máquina apenas diz “Ele voltará”. Talvez possamos pensar que na hora da morte não há o que dizer mesmo para consolar alguém, mas não se trata de palavras, antes, de um gesto, uma atitude. Ainda que abraçado, o exterminador não conseguia transmitir conforto, segurança emocional. Mesmo dizendo que Jesus voltará o androide de metal revestido com pele humana não conseguia fazer com que Maria sentisse que estava sendo solidário com sua dor. Para ela, a máquina estava apenas cumprindo uma formalidade.

Educar não é profissão. É de fato uma missão. Exige sacrifício, renúncia, quase sempre exige de nós mais do que pode nos retribuir. O que fazer? Deixar de vestir aqueles que chegam despidos de conhecimento? Ferir com palavras, gestos, atitudes e olhares quem nos trai com seu comportamento e desempenho escolar ruim? Ser afetuoso não é “ser um doido por castigo”, é apenas não abraçar sem transmitir sentimento. 

O tipo de relacionamento que efetivamos com nossos alunos determinará se nossas aulas terão o clima tenso e melancólico de uma marcha fúnebre ou a alegria de um nascimento. O professor máquina é indiferente como um corpo gélido. O professor humano é como Cristo a quem um dia crianças quiseram abraçá-lo. Haverá sempre que os queiram impedir, mas permitiremos? 

Muitos seguiam a Jesus, mas eram os seus discípulos que desfrutavam de um relacionamento mais íntimo. Nossos alunos passarão por inúmeros professores, mas qual de qual deles lembrarão com saudade? Daquele que os abraça dando a sua aula? Ou daquele que ministrou a aula? Do que foi impessoal e indiferente as suas necessidades e anseios? Ou daquele que lhes foi sensível? Hoje a morte pode estar em nós e no contexto em que atuamos, mas somos chamados a ressuscitar os velhos sonhos e ideais, vestir roupas de louvor ao invés de cinzas. Humanizarmos o que foi automatizado.  

0 comentários:

Postar um comentário