domingo, 29 de maio de 2011

Professores de ouro – Parte 11




Cristo é um Rei Manso – Certa vez as pessoas de uma cidade não quiseram recepcionar Jesus. João indignado, com raiva perguntou se gostaria que orasse para que fogo do céu destruísse a todos daquele lugar. Jesus, porém, não permitiu (Lucas 9: 51-56). Outra vez soldados vieram prendê-lo e Pedro perdendo a calma, cortou a orelha de um deles com sua espada. Jesus serenamente o repreendeu e fez o corpo do soldado voltar ao seu estado original(João 18: 10; Lucas 22: 49-51). Um dia também estavam os discípulos num barco quando soprou uma forte tempestade, desesperados encontraram Jesus dormindo tranquilamente. Eles apavorados e até de certa maneira ressentidos questionaram a Jesus como Ele poderia dormir enquanto quase morriam tragados pelo mar bravio (Marcos 4: 35- 41). Jesus cessou a tempestade e disse que a fé deles ainda era muito pequena. Hoje é muito fácil perder a paciência com os alunos, parece que muitos testam os limites da nossa serenidade. Nessas horas dá vontade de fazer uma massagem no pescoço do aluno e alguns infelizmente realmente concretizam o desejo. Creio não ser necessário falar da importância de se ter domínio sobre nossas emoções. Atitudes intempestivas em geral só causam dor e sofrimento para depois provocar aquela sensação de arrependimento, mas o tempo não volta, as palavras não voltam como diz o ditado chinês. Então, o que podemos aprender com Jesus para manter a calma? No episódio da tempestade Jesus estava dormindo, ou seja, descansando. Sempre achei errado ver professores diversas vezes ao dia fora de suas salas. Os via bebendo café, conversando com o colega da sala ao lado, indo ao banheiro ou simplesmente se dirigiam a sala dos professores para sentarem e descansarem um pouco, folhearem rapidamente uma revista e depois voltar para continuarem de onde pararam. São uns enrolões! Não!. São inteligentes. A experiência os ensinou que devem de vez em quando sair do olho do furacão. Os discípulos perderam a calma, pois estavam focados demais no problema. Só viam diante deles as ondas gigantes, o barulho e o efeito ensurdecedor do vento. Ao sair de tempo em tempo, os professores ainda que saibam isto apenas empiricamente, seguem o exemplo de Jesus, eles se refugiam na popa do barco, descansam. E porque isso? Justamente para não se desesperar, não perder a calma, praguejar, correr o risco de mandar o aluno para aquele lugar. A rotina de uma sala de aula pode ser extremamente estressante. Professores passam mais tempo às vezes disciplinando e ensinando bons modos do que propriamente ensinando. É o jeito, a escola assumiu também essa função.  O professor então tem de ter uma paciência de Jó, manter a calma mesmo sob forte tensão e se faz isso descansando, tirando a atenção dos problemas, se distraindo com outras coisas que não seja ensino e aprendizagem. Jesus também nos ensina que só se mantem a calma diante de situações estressantes quem tem fé e sabe o que fazer pra resolver o problema, quem vê o problema na dimensão em que ele realmente é. Se o professor considera um probleminha um problemão, se não sabe o que dizer ou fazer para manter o controle da turma e contornar conflitos e agressões, então com certeza terá uma reação explosiva ou se verá acuado e angustiado pela situação adversa. Isso demonstra falta de fé, ou seja, o professor não acredita em si mesmo para resolver o problema, reverter a situação ao seu favor, então é mais fácil fazê-lo assumindo posições autoritárias ou se restringindo a pedidos fracos e que não recebem resposta. Por isso é necessário conhecer. Fé também é pensar. É analisar a situação friamente e criar estratégias de resolução. É estudar o comportamento da turma, é aprender o que falar. Jesus não ficou com medo da tempestade quando a viu. Ele sabia exatamente o que fazer com ela. Assim, devemos pensar no que faríamos se determinada situação acontecesse em nossa sala de aula, como reagiria, o que faria para resolver. Prever e ter um arquivo interno de procedimentos me parece o ideal para se manter a calma. Mas e se isso não for suficiente? E se a rotina ainda assim me estressa? E se a situação mesmo assim me enerva? Você sempre tem a opção de dizer aos alunos: “Vou ali (contar até dez e tomar um cafezinho) e já volto...”.


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