segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Auxiliador do Mestre


Por três anos e meio o Emanuel esteve ao lado de seus discípulos, mas Ele certa vez os alertou que chegaria o dia em que teria de ascender os céus. No entanto, o mestre não iria embora sem deixar um substituto, alguém que ajudaria os seus discípulos em sua caminhada, então disse: “Eis que vou, mas deixo-vos o Consolador, Ele os guiará a toda a verdade” ( Jo 14:16;16:13). Quantas vezes como professores nos sentimos desamparados e pensando como sozinhos poderemos ajudar tantos alunos com tantas dificuldades de aprendizagem? Salas superlotadas, alunos com necessidades especiais, metade da turma sabendo ler e a outra por ensinar, o aluno que perdeu toda a motivação para estudar, o outro que nenhum alfabetizador da escola consegue fazer com que aprenda sequer o alfabeto. Tantos abacaxis pra descascar, nenhuma ajuda, o professor está só ... e você se pergunta: “e agora José?”.  
Em I Samuel 7:12 o profeta diz: “Até aqui o Senhor nos ajudou”. Para Josué logo após a morte de Moisés, Ele diz: “ Esforça-te e tem bom ânimo e Eu te ajudarei  a conquistar a Terra” (Js 1:6). Jesus sempre disse que o que  fazia era por ajuda do Pai. Quando estava no deserto por três vezes o diabo o tentou, Ele quase caiu, mas Deus não o havia conduzido ali pra destruí-lo, e sim para fortalecê-lo e logo após ter vencido, os anjos o serviram. Você pode estar atravessando um grande deserto hoje com sua turma, mas não caia na tentação de desistir dela, lembre-se que o professor tem no aluno auxiliar o seu ajudante, os seus alunos mais desenvolvidos podem lhe servir de ajuda para dar conta de todo o resto da turma. Porém, precisas formá-lo, ensiná-lo como ajudar os demais, como fazer a leitura, o ditado, como ensinar o exercício de matemática, enfim, às vezes apenas delegamos tarefas e nos queixamos de que não atenderam as nossas expectativas, mas aluno pensa como aluno, ajude-o a pensar como professor e ele lhe dará a alegre satisfação de ver todos em sua turma avançando juntos, apenas não deixe seus alunos sozinhos, cuide diretamente dos que mais precisam e transfira a responsabilidade dos demais pra o seu aluno auxiliar. É um trabalho que leva algum tempo, mas que dará ótimos resultados, com certeza você tem exemplos disso.
Fazendo uma autorreflexão, cheguei a conclusão que escondi diversas vezes uma soberba sutil quando queria resolver tudo sozinho pra depois me angustiar por não conseguir fazer o que havia proposto. Em outros momentos fiquei feliz e em paz porque deleguei tarefas. Não foi à toa que Deus orientou Moisés a descentralizar sua liderança  e eleger outros para julgar os problemas do povo e deixá-lo focar nas questões mais importantes. Também por isso o próprio Cristo formou sua equipe, pois sabia que precisaria deles para dar continuação a sua mensagem e por essa mesma razão Ele disse:  “Eu vou, mas vos deixarei o Consolador”, Ele sabia que os discípulos continuariam precisando de ajuda e não queria deixa-los desamparados. Seus alunos ainda precisam de você, já avançaram, ganharam autonomia, porém ainda precisam de você, e você deles. Educar é formar para ajudar uns aos outros, a lógica da equação é que eu mais meu aluno é igual ao nosso objetivo alcançado – um banquete sendo servido para todos.

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