Em Mateus 1:23 vemos uma importante lição do mestre Jesus, diz o texto sagrado que Ele seria chamado Emanuel que significa Deus conosco. E é isso o que justamente nossos alunos querem de nós, nossa presença apoiando, fortalecendo, transmitindo confiança, os protegendo e orientando de perto.
Em Mateus 28:20b Jesus diz aos discípulos que estaria com eles até a consumação do séculos, ou seja, sempre. Você pode pensar que não, mas os alunos que mais nos dão trabalho e nos olham como se nos quisessem “pegar lá fora”, são os que mais anseiam a nossa companhia. Podemos chamar de indisciplina, porém o que realmente nos dizem com sua bagunça é: “estou precisando de você e esse é a única forma que sei para chamar a sua atenção”.
Jesus disse que não veio para os bons, mas para os que estavam doentes, nós professores não podemos fazer de nossa mesa uma zona de conforto. Eu mesmo já fiz isso, perceber o aluno com dificuldade e não ir ao seu encontro por se deixar vencer pelo cansaço da árdua missão de educar em nossas escolas públicas. Às vezes cremos que o simples fato de passar o conteúdo já nos fez cumprir com nossa obrigação, mas na verdade como ouvi certa vez, não há ensino se não houver aprendizagem. Cada aluno tem seu próprio ritmo, para alguns uma aula expositiva os contenta e absorvem sem maiores dificuldades inclusive percebem-na como uma demonstração de atenção do professor para com eles, para outros, no entanto, isso já não é suficiente e até encaram em longo prazo como um sinal de indiferença, fazendo-os sentirem-se despreteridos em relação aos demais.
Jesus tinha muitos seguidores, mas foram os seus discípulos que estavam sempre ao seu lado aprendendo in loco como deveriam proceder. Tenho um chefe que certa vez me chamou e disse: “ vou te mostrar como você deveria fazer e quando aparecer outro caso semelhante para resolver, irei a sua mesa e faremos juntos...”. É disso que nossos alunos precisam, de exemplos, e de perceber que o seu professor está junto deles para ajudá-los. Porém, Jesus não esperava irem ao seu encontro, diz a Bíblia que Ele andava por toda parte curando e libertando, pregando as boas novas. Sempre me chateei com aquele discurso politicamente correto que diz: “Se precisar, me procure”. Jesus não esperava as pessoas irem com os seus problemas, Ele ia até elas dizendo: Eu sou a solução. Em sala de aula precisamos ir ao encontro dos que mais precisam com o mesmo discurso, falando como um dia Cristo falou ao ver um cego no caminho: “Que queres que eu te faça?”, ou seja, me diz garoto (a) do que você precisa? como eu posso te fazer sorrir de felicidade por fazer o exercício como todos os outros? E aprender o que você achava que não conseguiria.
Em Isaias 49:15 Deus questiona: “ pode a mãe abandonar o seu filho? Pois ainda que isso acontecesse, Eu jamais te deixarei. Não podemos deixar de lado nenhum aluno. Jesus mesmo sabendo que Judas o trairia não o privou de sua companhia e esteve com ele até o fim. As vezes iniciamos bem e no meio do caminho desistimos daquele alunos que nos faz viver uma verdadeira via crucis, mas devemos seguir o exemplo do mestre e acreditar sempre, ao menos nossa consciência deve estar tranquila por termos feito o possível que sabíamos e podíamos fazer. Jesus esteve com seus discípulos por três anos e meio, mas Ele sabia que teria de morrer e ressuscitar e ascender aos céus novamente para ser glorificado. Quando finalmente teve de dizer: “É chegada a minha hora”, Ele também falou: “ Eu vou, mas vos deixarei um Consolador que vos guiará. Talvez você ache que não tem como dar conta sozinho de tantos alunos e por isso, mesmo querendo, você infelizmente acaba por deixar alguém de lado. Quando Cristo disse que enviaria o Espirito Santo para que não ficassem sozinhos e continuassem a ter à atenção d´Ele foi pensando nisso, mas esse é assunto para o próximo post ...
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