Em Lucas 6:39 Jesus questiona: “pode um cego guiar outro cego?”. Isto muitas vezes é comum em nossas escolas. Estagiei em uma escola onde a professora nos disse que “isso era para nós (utilizar outras metodologias de ensino que não fossem a tradicional explanação oral) que erámos novos...”, talvez você veja aí uma resistência deflagrada, não discordo, mas enfatizo aqui o reconhecimento de seus limites, a sua incapacidade de conduzir seus alunos por outros meios e caminhos, a professora ao menos foi sincera. Em muitos momentos também já me senti despreparado, cego, para guiar meus alunos. E você?.
Lendo Mateus 2: 1-12 vemos como Deus usa uma estrela para guiar os sábios até o lugar onde estava o Messias, o salvador dos homens, e assim cumprir as profecias, mas já que os profetas haviam encerrado sua missão e não havia mais palavras para indicar, coube ao céu utilizar deste sinal maravilhoso para comunicar e orientá-los a presença daquele que modificaria o mundo com sua mensagem mas principalmente com a força de seu exemplo, isto lhe conferia autoridade, atraia as multidões e as fazia mudar de vida.
Quando se fala que a educação é uma missão, que deve ser feita com amor, muitos professores dos quais eu já me inclui em alguns momentos, ironizam ou rechaçam com veemência por razões que fogem ao conteúdo deste post. Porém, digo isso, pois as vezes “falamos mal de certos alunos” e nos esquecemos que educar é essencialmente um ato relacional, não é uma profissão tão somente onde você cumpre com seu horário, faz o seu serviço, é pago e vai embora. Li certa vez em algum lugar que educar é um banquete onde se convida o outro para saborear a comida com você. Queremos muitas vezes transmitir conhecimentos, quando nossos alunos estão ávidos por afeto; falamos sem parar, eles querendo se expressar; queremos muda-los com palavras, eles observando os sinais de nossa conduta. Um dia a aluna fala baixinho: “o professor tá triste hoje né”, no outro dia uma aluna comenta: “sapato novo né professor”. Eles te veem, alguns te testam, esperam uma determinada atitude, você é a estrela guia deles, por isso se chocam com algo que você diz ou faz, questionam suas crenças, seus valores, sua vida, medem você, buscam parâmetros em você que infelizmente não encontram em seus pais, daí chamarem-no de pai, mãe e esta é a razão porque educar não é só passar o conteúdo. Educar é apontar caminhos, é brilhar em meio a noite escura de um mundo tomado pela violência, o egoísmo e a indiferença tornando claro o caminho a seguir.
Sabemos que a luz alegra e ilumina, mas também irrita e cega. O que eu tenho sido? Uma estrela conduzindo ao banquete ou a escassez e mendicância educacional onde o aluno suplica um pouco de atenção?. Talvez você pense que aquela estrela que guiou os sábios tinha algo de especial, pensou certo, ela era o próprio Cristo que disse: “Eu sou a luz do mundo”( João 8:12), mas o mais interessante é que Ele também disse: “vós sóis a luz do mundo”(Mateus 5:14). Então seja a estrela guia de seu aluno... seja um exemplo a ser seguido.
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