quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aprendendo a Falar



Joana já tinha completado dois anos e ainda não tinha pronunciado uma única palavra. Seus pais receosos do que aquilo poderia significar a levaram ao médico. Chegando lá o doutor a observou atentamente sem dizer uma palavra. Saiu e voltou com uma máscara de monstro. A criança assustada começou a chorar e gritar: “Mamãe... Papai!!!”. Então, enquanto os pais olhavam ainda atônitos, o médico disse: “Sua filha apenas ainda não tinha passado por uma situação em que precisasse falar...”.

Certa vez Jesus estava num barco com seus discípulos. Uma tempestade se formou. Desesperados, o acordaram e Ele falou: “Vento, acalme-se”. E veio a bonança. Há momentos em que o silêncio é recomendável, em outros, porém, bradar é essencial. Aprender o que, como e quando falar é o que pode definir o sucesso ou fracasso do processo educacional.

A academia nos ensina a ouvir (as mais diversas teorias), mas pouco nos ajuda a aprender a falar. Não me refiro à métodos de ensino, mas estratégias discursivas para motivar e amenizar conflitos. Talvez porque é algo que se aprende na própria prática mesmo. De qualquer maneira se não soubermos o que falar e como falar com nossos alunos nos momentos em que isto é exigido, grandes tormentas surgirão e nos trarão angústia. Isto deve ser objeto de reflexão e estudo. 

Falar, tomando o exemplo de Jesus, demonstra que saber o que dizer indica segurança, equilíbrio e autoridade. Daí nesse contexto, ser tão importante aprender a falar, só assim se mantém o barco no rumo certo e se gera tranquilidade e alegria, pois o silêncio ganha tom de omissão e a palavra mal empregada, de um ataque gratuito.  

Assim, falar é menos óbvio do que parece, requer a humildade em admitir que não sabe, a coragem de se expor, o bom senso da sabedoria.  


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