quinta-feira, 19 de maio de 2011

Os presentes do Rei



Em Mateus 2:9-11 vemos os sábios finalmente após uma longa viagem, encontrarem o “Rei”. Imediatamente o adoraram e lhe presentearam: ouro, incenso e mirra. Há quem diga que se Jesus era pobre naquele dia enriqueceu. Posso imaginar que o fizeram cumprindo um protocolo, mas creio que o mais correto seria dizer que entregaram a Ele aqueles presentes porque era uma maneira de expressar a alegria de vê-lo, de estar com Aquela pessoa tão especial. Assim, agradá-lo não era um custo, mas um prazer, uma honra. Queriam, sobretudo, não chegar de mãos vazias diante do “Rei”. 

Já cheguei muitas vezes de “mãos vazias” em sala. Sem empolgação; sem a alegria que contagia e envolve; sem uma palavra de ânimo nos lábios; sem a força para mudar a realidade adversa; sem o plano traçado, apenas me valendo do improviso e criatividade. Ao fazer isso não valorizei suficientemente os meus alunos? Não os considerei importantes o bastante? Os despedi sem nada: sem um gesto de carinho; sem o olhar que te põe de novo nos trilhos; sem um conhecimento profundo; sem uma palavra de esperança... Nesses dias não brilhei, não conduzi, me deixei ser conduzido pelas circunstâncias. Nesses dias não me lembrei de Madre Teresa ao dizer: “não deixe ninguém sair de sua presença sem se sentir melhor e mais feliz”. 


Esforço, determinação, dedicação, compromisso, afeto... São muitos os presentes que posso dar para minha turma. Às vezes pensamos no custo dos presentes mais do que no sorriso de quem receberá, do que no prazer de presentear. Dizem que a única recompensa do professor é a consciência de ter dado o seu melhor e ajudado o seu aluno a aprender o que considerava impossível ou pouco provável, observar mudanças de comportamento, os avanços cognitivos e interpessoais, é o que nos paga ou ainda um simples, mas sincero “muito obrigado por ter me ensinado professor”. 

Os sábios me ensinam que não devemos chegar de “mãos vazias” em sala, mas o Rei me diz: “Filho, dá-me teu coração” (Provérbio 23:26). Certa vez Jesus observava com seus discípulos as pessoas entregando o dízimo. Um homem rico entregou o resto que lhe sobrou, uma mulher pobre tudo o que tinha. O que o Mestre queria ensinar é: o valor não está no presente e sim na motivação, na atitude. Isso me lembra de uma amiga que disse algo como: não importa se o presente é simples, o que interessa é quem o deu. Então agora fico pensando... que presentes tenho dado? E que tipo de presenteador (professor) eu sou?...

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