sábado, 9 de julho de 2011

As sementes do ensino




Em Marcos 4:2-20 Jesus contou a parábola do semeador para uma multidão que se reuniu para ouvi-lo. Mais importante do que o próprio conteúdo, o modo como o transmitimos definirá se teremos êxito ou não no objetivo que traçamos. Às vezes achamos que apenas passar a matéria é o suficiente. Pensamos assim: “essa disciplina é importante. Caso não prestem atenção não serão aprovados”. Essa é a nossa lógica, que infelizmente na maioria das vezes “não conseguem acompanhar”. Então, comecemos hoje a compreender com historinha do Mestre como a abordagem de um conteúdo é importante no processo de ensino, pois dependendo de como é realizada, sentiremos a satisfação em ver o crescimento das sementes que plantamos ou a frustação por não frutificarem. Jesus começa a parábola dizendo que um semeador saiu a semear e uma parte das sementes caiu na beira do caminho e vieram as aves e comeram. Isso me diz que nosso ensino não pode estar alicerçado no improviso ou no piloto automático dos planos já produzidos. A beira do caminho são aqueles momentos em que sem nenhum planejamento prévio introduzo assuntos para os quais não havia me preparado para abordar, simplesmente porque “precisava fazer o tempo passar” mesmo que eles não tenham sentido para os alunos. Assim, “joga-se” o tal do conteúdo que não será revisto ou que pode ser considerado “irrelevante” em comparação com o que realmente deveriam aprender. Plantar nesse tipo de solo é também ensinar de um modo desinteressante, ou melhor, chato mesmo, tão chato, cansativo e enfadonho que te deixa falando sozinho e com dúvida se a raiva que sente é de você ou deles por não prestarem atenção. Esse ensino descontextualizado é o que permite os passarinhos da educação (conversas paralelas, pensamento distante, desenhar no caderno, olhar para o teto, abrir a janela, coçar a cabeça...) comerem a semente do que plantamos. Jesus sempre atraiu as multidões para ouvi-lo porque justamente não plantava as suas sementes no meio do caminho. Antes de iniciar o seu ministério se preparou bastante, traçou objetivos claros e estipulou as estratégias necessárias para alcançar. Além disso, ele variava os seus métodos e a forma de apresentar os ensinamentos, que não apenas gostaria, mas sabia serem importantes para aquelas pessoas saberem. No final a gente sabe, elas ficavam maravilhadas. Não podemos fazer milagre, mas acho possível pensarmos num modo de expor as matérias de um modo mais interessante do que talvez estejamos, você não acha?

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