segunda-feira, 11 de julho de 2011

As sementes do ensino – Parte 3


As sementes do ensino
As sementes do ensino - Parte 2


O terceiro tipo de abordagem no ensino que podemos apreender da parábola do semeador é a que utiliza de autoritarismo para impor-se. Jesus disse que o semeador saiu a semear e outras partes das sementes caíram sobre os espinhos que cresceram e as sufocaram e não produziram fruto. Alguns professores acreditam que gritando, exigindo silêncio absoluto enquanto falam ou proibindo de o questionarem isso irá garantir a aprendizagem da turma. Acho que a aparente calma e atenção que se consegue com essa abordagem esconde uma cisão na afetividade da relação professor-aluno que gera resistência e revolta passiva, pois enquanto o corpo fica rijo a mente viaja. Assim, não raro ouvimos alunos dizerem que  detestam determinada disciplina, porém, não pela disciplina em si, mas por causa da abordagem exacerbadamente impessoal, técnica, perfeccionista e intolerante ao erro. Uma abordagem que não dialoga, antes sufoca tirando todo o aspecto lúdico do aprender. É um ensino frio e às vezes traumatizante, que fere sentimentos e provoca dor e sofrimento. É abordagem que alimenta a rebeldia e a passividade, trazendo desânimo e desinteresse. Não se estuda pelo prazer de aprender, mas pelo medo de não passar. Também é aquela em que se mata o espírito crítico; tolhe as várias formas de expressão; que é legalista e está presa a letra, a forma habitual de fazer pedagogia que desconsidera outros fatores tão ou mais importantes às vezes, que tão somente o desenvolvimento da cognição. Jesus podia se quisesse, aproveitar-se do remorso de Pedro que o traiu três vezes e destruído a sua alma com acusações e ofensas, mas o que fez o mestre? Depois de três anos andando ao lado de Jesus e ouvindo seus ensinamentos, Pedro ainda não tinha conseguido entender completamente o que era na prática o evangelho. Jesus então o chama e em uma conversa resolve o problema, o faz entender por si mesmo o que era viver pela fé, seguir os passos do mestre. Jesus falou diversas vezes, ensinou através de exemplos, parábolas, milagres, mas chegou o momento em que teve de mudar a abordagem e confrontou o discípulo cara a cara comendo peixe a beira da praia, sendo firme e ao mesmo tempo amoroso e compreensivo(JOÃO 21:15-17). Estamos “pegando pesado demais?”, “leve demais?”, sendo previsíveis demais?, teóricos demais?, brincalhão em excesso?... Que abordagem temos utilizado?...

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